quarta-feira, 25 de abril de 2012

Logo ela!

Dia desses, disse-me que era um caminho correto e que de preocupações com ele eu não precisara. Vez ou outra ela me deixa um pensamento. No meu, diz que vai ficar tudo bem. E diz mesmo quando eu não estou preocupada. Ela, mesmo a quilômetros de distância, queria saber como estava a vida. Sua voz, doce, até quando sobre sua cabeça o mundo desabava. Sua risada rouca seguia para algumas tosses. Eram sinais de um dos maiores males sociais, que nunca poderiam ser ditos. Mas eu dizia. E ela se aborrecia. A gente ria. Logo ela! Logo ela que entendia meu caminho. E sempre que dava dizia sobre um novo texto. Dizia sobre suspresas e fazia propaganda da sobrinha pelas calmas ruas daquela cidade. Para suas amigas, uma sobrinha e tanta. Algumas me conhecem, outras apenas minhas palavras. Mas, logo ela. Logo ela que acompanhava e palpitava com a voz daqueles sessenta anos. Ah, se eu tivesse escrito algo pra ela antes de tudo. Uma pena que escrevi em uma despedida. Ah!, como queria que ela soubesse que havia um texto no mundo só pra ela. Mas, logo ela. Logo ela que conhecia muito do mundo e da vida. Logo ela que me ensinara sobre sorrir pra vida. Logo ela!

Bianca Garcia

3 comentários:

  1. Que ela descanse, e que os ensinamentos dela nunca te abandonem.

    ResponderExcluir
  2. Que lindo o texto, Bia. É pra quem eu tô pensando?!

    ResponderExcluir
  3. Sim, Pituca! É para nossa estrelinha que está no céu, agora.

    ResponderExcluir