Dia desses, disse-me que era um caminho correto e que de preocupações
com ele eu não precisara. Vez ou outra ela me deixa um pensamento. No
meu, diz que vai ficar tudo bem. E diz mesmo quando eu não estou
preocupada. Ela, mesmo a quilômetros de distância, queria saber como
estava a vida. Sua voz, doce, até quando sobre sua cabeça o mundo
desabava. Sua risada rouca seguia para algumas tosses. Eram sinais de um
dos maiores males sociais, que nunca poderiam ser ditos. Mas eu dizia. E
ela se aborrecia. A gente ria. Logo ela! Logo ela que entendia meu
caminho. E sempre que dava dizia sobre um novo texto. Dizia sobre
suspresas e fazia propaganda da sobrinha pelas calmas ruas daquela
cidade. Para suas
amigas, uma sobrinha e tanta. Algumas me conhecem, outras apenas minhas
palavras. Mas, logo ela. Logo ela que acompanhava e palpitava com a voz
daqueles sessenta anos. Ah, se eu tivesse escrito algo pra ela antes de
tudo. Uma pena que escrevi em uma despedida. Ah!, como queria que ela
soubesse que havia um texto no mundo só pra ela. Mas, logo ela. Logo ela
que conhecia muito do mundo e da vida. Logo ela que me ensinara sobre
sorrir pra vida. Logo ela!
Bianca Garcia
Que ela descanse, e que os ensinamentos dela nunca te abandonem.
ResponderExcluirQue lindo o texto, Bia. É pra quem eu tô pensando?!
ResponderExcluirSim, Pituca! É para nossa estrelinha que está no céu, agora.
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