O que, obviamente, tem um misto de política e comunicação midiática.
Ah, o apoio da mídia não é nenhuma novidade quando se trata de política – não é nenhum esforço pra ela e temos de reconhecer. Aliás, não é nenhum esforço bem como é de sua vontade, pois ninguém é obrigado a nada, a menos ao que queira – se é que lhe fiz entender-me. A mídia formal apresenta os aniversários, que ontem, incluisve, foi a vez da UPP do Andaraí. Mas a cada instalação, a cada novidade e a cada um ano completo, a máscara de positividade no morro é produzida pela mídia formal. Até quando vamos acreditar no que ela diz? Ou vocês acreditam mesmo que os moradores têm adorado o trabalho da polícia e que o morro vive em paz desde a chegada dela? Tá, mas vocês podem argumentar: mas as pessoas vão até a televisão para falar. Não, a “televisão” vai até essas pessoas porque a pauta do dia tinha como objetivo favorecer o prefeito, o governador, o estado e, para isso, as mentiras de melhorias na saúde e na segurança, efeitos positivos na vida da população e as obras (paradas, inacabadas e intermináveis – mas não são essas que aparecem) no estado é matéria comprada. Sim, com vergonha do meu país nesse momento, digo-lhes que isso existe!
Mas, enfim, a situação chega ao extremo quando as Unidades de Polícias Pacificadoras não são um projeto para o todo do estado. Disse o Beltrame, um dia, que pretende pacificar todas as favelas, porém, ainda não tem o contigente policial para assegurar todas. Tudo bem, a gente espera usufruindo das consequências, que já podem ser percebidas. Os assaltos na zona oeste (bem como em outras partes do Rio) cresceram, e a explicação seria que nos últimos dias nasceram centenas de assaltantes? Não dúvido nada de uma entrevista com nossos representantes afirmando esse infortúnio. Mas pensando bem eles podem imaginar que a violência está se transferindo de uma região para outra, de um bairro para outro (tá, eu sei que eles não afirmariam isso).
O fato é que de nada adianta ter UPP se o objetivo oficial não for acabar com o tráfico e reduzir a criminalidade – o que na realidade, não começaria com as UPP`s, elas seriam apenas o final do processo, ou, talvez, nem precisariam existir. Contudo, segurança pública não se restringe ao aumento de contigente policial nas ruas, aliás esse aumento significa um problema. Segurança pública não se resume à polícia, este é um termo muito mais abrangente cujo ponto crucial é a educação. Mas que no Brasil...
E terminando por falar nesse lindo gigante, é uma lástima que tenha tanto problema: temos uma educação que não funciona, uma saúde que não funciona, um transporte que não funciona. Temos uma política que não funciona!
E terminando por falar nesse lindo gigante, é uma lástima que tenha tanto problema: temos uma educação que não funciona, uma saúde que não funciona, um transporte que não funciona. Temos uma política que não funciona!
Bianca Garcia